sexta-feira, 13 de abril de 2012

CANTO DE AMOR A FORTALEZA



 
                                                              Em homenagem aos 286 anos da cidade de Fortaleza


Fortaleza! Marítima cidade que enche os meus olhos de azul e beleza. Querida cidade de um povo amável e guerreiro. As tuas ruas guardam a história da tua gente, tão forte e amiúde sofrida.

Eu ainda lembro-me da primeira vez que te vi, olhei-te com uns olhos de gula infantil, mirei tua paisagem como um menino do interior que encontrou um mundo novo cheio de arranha-céus, ruas, trânsito, monumentos e um mar... Meu Deus! O mar de Fortaleza! Tão lindo que parece uma miragem!

Andar nas tuas ruas, visitar teus teatros, morar nos teus bairros tão ricos de tipos humanos. Fortaleza! Tudo em ti é encanto aos meus olhos! Por isso me indigno com os que te maltratam com os que desrespeitam tua gente. Fortaleza! Tu não és um aquário para que poderosos te prendam numa redoma! Tu és oceano agitado de vidas que juntas dividem esta mesma brisa dos ventos alísios.

Eu te saúdo, terra amada! És centenária, mas conservas o mesmo olhar de menina moça debruçada na janela com uma flor pendendo entre os dedos.
                                                                                                        

                                                                                       Fortaleza, 13 de abril de 2012.
                                                                                       
                                                              

domingo, 1 de abril de 2012

Coração Agreste





Chora uma velha sanfona do alto da colina nos confins do mundo. E chora este meu velho coração, que olhou o mundo com os olhos de um desejo tão profundo, tão enorme que parecia tomar conta da paisagem. Este coração sertanejo, que guarda sempre aquela saudade da terra primeira, que ele carrega no peito como troféu e saudade maior.

A vida é um reboliço, um canto de sereia que nos vai levando não se sabe para onde.  E nós vamos! Gastando sandálias, gastando palavras e versos, amores e sonhos. Bastam um fechar de olhos para ver novamente as festas de são João, as meninas com os saiotes ao ar, balançando, dançando em volta da fogueira. A fogueira de teus olhos Maria! Talvez tenha sido a minha perdição primeira, por isso que ainda te canto em versos e rimas!

Ai, meu coração agreste! É cavalo indomado, bicho solto que corre o sertão com fúria e vontade. Por isso tenho os olhos vivos, o corpo cansado e todo o desejo do mundo.