quinta-feira, 22 de março de 2012

Claridade





À noite nos damos aos instintos, às vontades secretas, aos delírios juvenis, mesmo quando já velhos. Desejem meus amigos, o Sol nascendo em plena madrugada! Para que sejamos vistos amando, cantando, bailando.

A luz do Sol na madrugada vai nos arrancar dessa prudência funesta e metódica.  A luz do Sol... Ai! Nesta madrugada cercada de luz solar eu vou tomar banho de mar. Vou ver os lírios nascendo cobertos de luz!

A noite teima em nos fazer suspirar, querer o que está diante dos olhos, mas que a prudência invejosa e sorrateira, sufoca! Hoje, eu só queria a luz do Sol entrando pela minha janela, a luz do Sol atravessando meu corpo, rompendo a noite com um açoite dourado. Imaginem meus amigos, o Sol nascendo em plena madrugada, deflagrando nossos segredos, revelando o que se teima em esconder sob o travesseiro.

Quando o Sol invadir a noite e beijar a lua, ousaremos viver como se deve, em que tudo o que desejamos e sonhamos poderá ser vivido. Então, que nasça o Sol, imensamente!

sábado, 17 de março de 2012

Embriaguez



Hoje, senti um imenso desejo, uma grande necessidade de escrever. Aliás, não era necessidade, era algo como vontade, gula, tesão.

Sem muita preocupação com as palavras e com a forma, deixo os meus dedos escorrerem pelo teclado digitando loucamente, freneticamente, só por escrever, como quem morde uma maçã madura, como quem com os olhos em brasa despe vorazmente o corpo da pessoa amada.

- Cintilam no céu distantes astros, brincam de iludir os poetas e os apaixonados. Recito sem emoção nem embargo na voz, recito pelo simples prazer de ver o belo escorrer da minha boca. A beleza é como uma bebida forte, que se bebe em intervalos, de bocados em bocados, para não morrer!

Senhores! Senhoras! Aqui vos fala um bêbado, que contra toda a prudência, toda a metafísica, bebeu toda a madrugada de um só gole. E Por isso canta para as estrelas, Por isso planeja seriamente casar com a via láctea.

Não vos enganeis! Não sou carne, nem sou sangue, poesia é o que Sou! E se um dia eu morrer, é para enfim tragar o infinito de uma só vez.