quinta-feira, 30 de junho de 2011

O Inverso do Amor







A cada dia que passa mais me convenço que o inverso do Amor não é o Ódio. Estamos acostumados com essa dicotomia, nos foi passada a ideia de que se virarmos o amor de cabeça para baixo certamente vamos encontrar o ódio, esse destruidor da felicidade.

Ás vezes você simplesmente não consegue parar de odiar alguém, você sabe que não é um sentimento bom para se nutrir, sabe que isso te faz mal, tenta (ou não) perdoar, seguir em frente, mas algumas vezes você, aliás, todos nós estamos irremediavelmente ligados a este sentimento e infelizmente ganhamos a presença invisível, porém notada de nosso desafeto.

Odiar alguém é ser obrigado a ter a estranha e desagradável sensação de sua presença. Ao odiarmos alguém estamos fadados a almoçar, jantar, dormir, estudar, absolutamente a fazer e sentir tudo com a infeliz companhia de nosso desafeto. Corroemo-nos com um sentimento inexplicável, posto que o mesmo seja uma mistura de rancor, frustração, decepção e vários outros termos desagradáveis.  O que mais nos assombra é que em meio a esse turbilhão de sentimentos e emoções, existe um outro,  que pode neste momento estar esquecido. Nós poderíamos jurar que ele sequer existe, no entanto a verdade é que o Amor, sim! O Amor felizmente ou infelizmente, mesmo que de modo forçoso devemos admitir que ainda amamos esta pessoa que nos magoou,  a família que nem sempre entende e apoia nossos projetos, nossas escolhas. Amamos aquele amigo que nos traiu, amamos a namorada ou o namorado em quem depositamos tantos projetos e depois vimos cada um desmoronar como um castelo de cartas, o único problema é que não sabemos como reconstruir, não sabemos sequer se queremos reconstruir.

Quando olhamos do outro lado do amor, encontramos o desprezo, não o ódio. Desprezar é matar o outro, fulminar a existência de alguém. O desprezo é um deserto árido em que falta água, comida, esperança, vida. O desprezo aniquila o amor, o ódio turba o amor. Quando estamos possuídos de ódio só não conseguimos ver com nitidez as coisas, potencializamos tudo. Quando desprezamos alguém, olhamos para ela e vemos um imenso vazio, vemos um cadáver que anda e fala.

A única solução é perdoar. Eu sei que parece uma resposta óbvia, eu também sei que é muito difícil perdoar. Contudo façamos da capacidade de perdoar um exercício constante. Se nós somos capazes de moldar nosso corpo em academias, estou certo que podemos moldar e aperfeiçoar nossos sentimentos.  A Vida é feita de constantes desafios, desafiemo-nos a ver o outro lado da moeda. Desafiemo-nos a praticar o difícil exercício do perdão.



Carinhosamente,

terça-feira, 28 de junho de 2011

Viver é tocar o mundo com o Espirito!





Não tenho o que falar, o que dizer, só tenho o que sentir. Viver é sentir, é tocar as coisas com o espirito. Que a poesia que tudo inunda, fale por mim, pobre ser de palavras e versos.








Sou Eu
 
 Sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo, 
 Espécie de acessório ou sobressalente próprio, 
 Arredores irregulares da minha emoção sincera, 
 Sou eu aqui em mim, sou eu.   Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou. 
 Quanto quis, quanto não quis, tudo isso me forma.
 Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim.
 E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco inconseqüente,
 Como de um sonho formado sobre realidades mistas,
 De me ter deixado, a mim, num banco de carro elétrico,
 Para ser encontrado pelo acaso de quem se lhe ir sentar em cima.
 E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco longínqua, 
 Como de um sonho que se quer lembrar na penumbra a que se acorda, 
 De haver melhor em mim do que eu.
 Sim, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco dolorosa, 
 Como de um acordar sem sonhos para um dia de muitos credores, 
 De haver falhado tudo como tropeçar no capacho, 
 De haver embrulhado tudo como a mala sem as escovas, 
 De haver substituído qualquer coisa a mim algures na vida. 
 Baste! É a impressão um tanto ou quanto metafísica,
 Como o sol pela última vez sobre a janela da casa a abandonar,
 De que mais vale ser criança que querer compreender o mundo —
 A impressão de pão com manteiga e brinquedos
 De um grande sossego sem Jardins de Prosérpina,
 De uma boa-vontade para com a vida encostada de testa à janela,
 Num ver chover com som lá fora
 E não as lágrimas mortas de custar a engolir.
 Baste, sim baste!  Sou eu mesmo, o trocado,
 O emissário sem carta nem credenciais,
 O palhaço sem riso, o bobo com o grande fato de outro,
 A quem tinem as campainhas da cabeça
 Como chocalhos pequenos de uma servidão em cima.
 Sou eu mesmo, a charada sincopada
 Que ninguém da roda decifra nos serões de província.
 Sou eu mesmo, que remédio!  ...
                                                                            Álvaro de Campos


Carinhosamente,

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Pequenas Sugestões



Segunda-feira, mais conhecida como “Dia internacional da Preguiça”. O fim de semana acabou tão rápido, deixando um gostinho de quero mais. Para quem já ficou de férias (como eu), tudo continua maravilhoso, sol brilhando, dia livre, nenhuma tarefa para fazer, nenhum compromisso para cumprir, um verdadeiro alivio depois de um semestre letivo.

Para a maioria dos mortais, brincadeira, a batalha continua! Acordar cedo com o despertador, programá-lo mais umas mil vezes, cumprindo o ritual dos famosos “só mais cinco minutinhos”. Depois tomar uma ducha de preferência fria e ir trabalhar ou estudar.  O motivo de minha postagem não é fazer inveja aos que ainda estão na labuta, mas dar algumas dicas para a noite e isso serve para os que estão de férias e para os que ainda não estão.

Segunda-feira a noite nunca traz muitas opções, seja numa metrópole ou no interior. Então a grande dica é um bom filme, uma boa música, um bom livro e uma comida deliciosa. Tudo isso de preferencia com uma boa companhia : amigos ,namorada ,namorado, ficante,  pai ,mãe, cachorro ou na falta de todos estes serve a melhor companhia de todas, você mesmo!

Aqui em baixo seguem algumas dicas:

- Para ouvir:
Eu sei que todos nós, estamos acostumados a ouvir apenas música brasileira e americana. Mas acredito que de vez em quando é bom variar, ouvir novos estilos, novas línguas, aumentar nossas possibilidades. Por isso estou postando para vocês alguns vídeos de um cantor francês chamado: Christophe Mae. Ele é um cantor maravilhoso, faz muito sucesso na França, seu ritmo é uma mistura de pop, reggae e rock. Vale a Pena conferir!








- Para VER:
Quem me conhece sabe que eu sou apaixonado por Paris, tudo o que se refere a ela desperta minha curiosidade. Um dia eu estava numa locadora quando encontrei o filme: “Paris, te amo!” levei para casa e não me arrependi. O filme contém uma série de curtas sobre varias paixões, todas se passam sob o cenário da cidade luz. Um filme leve e cativante, não é fácil encontrar nas locadoras, mas acredito que com uma boa pesquisa na internet você possa acha-lo. Abaixo segue o trailer:








Como sempre espero que gostem! 


Carinhosamente,



domingo, 26 de junho de 2011

Libertação



Meu amor, hoje eu me despirei de tudo, irei loucamente dançar desnudo nessa rua deserta, e se aparecerem curiosos que venham dançar, dançar, dançar que o resto é barulho, é fumaça de carro trazida pelo vento.

Meu amor, meu xodó, esquece essa preguiça, esse medo do novo; essa dúvida caduca e ranheta. Vem dançar! Tango, forró, maxixe, bolero, dois passinhos para a direita, dois para a esquerda. Se não sabes fazê-lo, pula, grita, esperneia, vive!

Ouve meu dengo, já se aproxima a afável poesia desta noite, vem cavalgando seu corcel branco, seios desnudos, cabelos dourados, olhar fulgurante.

Não adianta me segurar, chamar a policia o exército meu analista. Ao inferno todos eles! Hoje eu esqueço meus problemas, minhas dívidas, meus desamores, meus desencantos. Hoje a pasárgada prometida, a terra de além-mar é chegada, chega de tristeza, chega de moleza. Agora é vida noves fora vida!

Carinhosamente,

Eu Te Confesso!



Eu te confesso que eu detesto clichês, mas que no fundo eu mesmo sou um grande clichê. No fundo mesmo, todos nós somos clichês. 

Eu preciso confessar que passo a vida toda contando e cantando estrelas. Devo confessar que vivo em delírio, que sonho, sonho, sonho até não mais poder. Traço metas sem sentido e construo castelos de areia só para ficar lá, sentado, olhando, imaginando que se tudo aquilo fosse real princesas dançariam, cavaleiros morreriam em combate, poetas cantariam desvairados a beleza de tudo aquilo.

Antes de tudo, tenho que avisar que de repente, posso sem explicação te declamar poemas, posso gritar até ficar rouco. Se chover, você fique constrangido ou não, eu vou como estiver, de roupa e tudo, tomar banho de chuva, sentir cada gota, molhar meu terno novinho.

Devo te confessar que tenho medo, eu tenho medo de um dia tudo virar pó, dos meus sonhos desmoronarem, de tudo o que me dá prazer sumir, evaporar. Tenho medo, mas mesmo assim, insano que sou vivo tudo profundamente, atiro-me do precipício em queda livre, sem hesitar, na firme certeza que brancas asas me acudirão e eu, ser alado que sou vou desbravar céus, mares e ilhas!

Viver para mim é um susto prolongado, nós estamos vivendo numa imensa bola azul que gira em torno de um astro brilhante. Não me acostumo com isso, jamais poderei me acostumar. Se vivemos no impossível, que me seja dado o direito de querer o impossível, sempre!

Eu nunca cresci, continuo criança e se Deus permitir vou morrer criança, assim como nasci.


Carinhosamente,

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Feriado



A quinta-feira se desenrola morosa, devagar, caminhando a passos leves. É feriado, não se ouve mais o buzinar dos carros em frente ao prédio, não se vê ao longe lépidos estudantes, não consulto o relógio, não me importa que horas sejam. Hoje é feriado, o tempo não para, mas anda bem mais devagar.

Hoje passei alguns instantes na varanda do apartamento, olhando a rua, sentindo o límpido e silencioso descortinar do dia. Algumas bandeiras de São João enfeitam a vizinhança. Em cidades grandes mal nos damos conta que estamos no mês junino, aliás, raramente nos damos conta em que mês estamos. Nas metrópoles os dias parecem sempre iguais, tem a mesma cor: cinza-concreto. Não estou reclamando da agitação urbana, apesar de não ter nascido em meio a esse turbilhão, sou um amante deste "reboliço". 

Ainda observando as bandeirinhas, lembro-me da minha cidade natal. Cidade sertaneja, pacata, bela e digna como todas as cidades deste sertão tão bem cantando por nossos poetas. Lá, o feriado leva o povo às calçadas, leva-os a casa da família, amigos. Pela janela podem-se ver alguns passantes, podem-se cumprimentar os conhecidos. Pôr-se a par dos assuntos que bailam nas rodas de conversa. 

Feriado me deixa nostálgico, Não tem jeito. Não sei se muitas pessoas fazem isso como eu, mas normalmente em dias assim, eu remexo álbum de família, cartões de aniversário, livros de minha querença, tudo que me traga recordações. As recordações, aliás, são a prova incontestável de que o tempo passa, mas que não consegue levar consigo as emoções vividas em tempos alegres.  

Ponho-me a pensar que eu poderia estar na praia. Uma boa ideia, pena que não me ocorreu mais cedo. Eu Gosto do mar. É impressionante como nos sentimos bem diante deste gigante azul. Um simples banho acompanha uma sensação incrível, como se todos os problemas tivessem ficado lá, aliás, como se todas as nossas perturbações fossem uma espécie de sujeira que só se consegue lavar com agua marítima.  

Devemos guardar sempre um tempo para fazer uma higiene mental, refletir sobre o que estamos fazendo, para onde estamos indo, onde queremos chegar. Viver requer ação e reflexão. Há momentos que requerem mais ação, há outros que pedem mais reflexão. Dias de folga, dias assim em que quase tudo para. É uma boa dica para armar uma rede e pensar. Simplesmente pensar. Uma caminhada não é feita apenas de pernas e continuo marchar. Caminhar exige parada, reflexão, descanso, feriado.

Carinhosamente, 

domingo, 19 de junho de 2011

Quando a Morte chegar



Quando a Morte chegar, não sei se estarei velho ou no ápice de minha mocidade. Quando a morte chegar, quero que encontre tudo resolvido, quero que ela não possa me acusar de desertor da vida.

Quando a pontual ceifadora me vier buscar, verá quantas batalhas lutei e venci! Verá quanta lágrima derramei, quantos sorrisos iluminaram meu rosto nas manhãs de domingo ao lado da família, dos amigos, ao lado de quem se ama. Quando ela chegar, espero ter vivido intensamente. Ter amado e sofrido mil vezes.

Quando a incompreendida chegar, não pedirei nem mais um segundo de vida, não irei suplicar, nem me desculpar. Porque tudo estará devidamente acertado. Não levarei mágoa de ninguém, não amargarei nenhum perdão não dado. Não levarei desafetos, nem todo ouro que eu possa ter conquistado nesta passagem. Eu irei desnudo de vaidade, de medo e de ansiedade. Ir-me-ei e só! Levarei apenas meu espírito, meu Ser.

Quando a sorrateira vier, não me encontrará de malas arrumadas, vou viver até o último segundo! Quando a morte chegar, não sei se terei conhecido o mundo, mas saberei que ao menos terei passado horas e horas pensando nas montanhas íngremes, nos lagos e nas praias paradisíacas. Quando a última mensageira me vier buscar, enfim, eu estarei nos braços do meu eterno Criador.


Carinhosamente,

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ela é linda e ainda sabe cantar! ;D




Quem assiste o seriado glee, assim como eu ( sou fã de carteirinha,rs). Vê frequentemente a lindissima Gwyneth paltrow mostrando sua voz que seria capaz de fazer  Hitler chorar (reflita! kkk). Bem, estou postando alguns videos dela, estou completamente viciado! como sempre,espero que gostem!

P.S: há uma cantora britância chama Adele que tá fazendo muito sucesso,vale a pena conferir ela cantando "turning tables", o vídeo tá no you tube, se alguém se interessar, FICA A DICA! ;D

Carinhosamente,

Turning Tables





.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

MULHERES



   Elas não estão mais presas na torre mais alta de um castelo, não estão mais na janela esperando o príncipe encantado. Elas estão nas grandes empresas, estão no mercado de trabalho, ajudam no sustento de seus lares. As princesas do século XXI romperam com o mundo machista, sem perder a feminilidade e a doçura que lhes são tão características. Mulheres! Fascinantes seres deste planeta azul.
   Já na antiga Grécia as musas inspiravam os poetas, artistas. No mundo da internet e da globalização as deusas de blazer e salto alto continuam fazendo a cabeça de nós, marmanjos. “Homem é tudo igual” sabiamente diz o dito popular. Mulher, não! Elas são maleáveis, versáteis, fascinantes, diferentes, únicas.
   Mulher tem um jeito próprio de olhar, de falar, de mover. Mulher sabe como lidar com as situações. Não há guerra que uma mulher não possa provocar, do mesmo modo que não há guerra que elas não possam cessar, só com um olhar, com uma frase, um gesto.
   Os homens passam a vida tentando entendê-las. Escrevem poemas, criam teses, inventam maquinas, idéias, surtam. Vocês mulheres são a causa de toda genialidade e de toda neurose dos homens. O que vocês são? O que querem? Para onde estão indo? Melhor seria perguntar: para onde estão nos levando?
   Mulata que doura neste Sol, quanta beleza no teu rebolado. Loira! Que mistérios profundos guardam estes olhos de azul marítimo? Linda negra, flor agreste, um dia vou me perder nas tuas curvas, para nunca mais me achar. Nipônicas, ruivas, todas vocês. Mulheres!
   Não tem mais volta, foi. Está sendo, será. Citando a canção do poeta Lenine: Agora é que são elas...

Carinhosamente,


terça-feira, 14 de junho de 2011

Rua Deserta




Um poema para ti, rua esquecida e sombria.

Repleta de gatos, paredes, concreto e sussurros

Envolta em segredos e magia.

Pobre rua, por ninguém é lembrada

Ai de ti! Porque só tens este vil poeta a teu favor

A noite caiu, o trânsito em fim feneceu

Não há mais pessoas, nem alarido, nem nada.

Tu e um sórdido poeta,

Vivendo o agridoce sentimento desta noite solitária

Tu e ele, amantes do silêncio e do esquecimento.

                                                                   Álvaro F. Facundo Rodrigues