domingo, 1 de abril de 2012

Coração Agreste





Chora uma velha sanfona do alto da colina nos confins do mundo. E chora este meu velho coração, que olhou o mundo com os olhos de um desejo tão profundo, tão enorme que parecia tomar conta da paisagem. Este coração sertanejo, que guarda sempre aquela saudade da terra primeira, que ele carrega no peito como troféu e saudade maior.

A vida é um reboliço, um canto de sereia que nos vai levando não se sabe para onde.  E nós vamos! Gastando sandálias, gastando palavras e versos, amores e sonhos. Bastam um fechar de olhos para ver novamente as festas de são João, as meninas com os saiotes ao ar, balançando, dançando em volta da fogueira. A fogueira de teus olhos Maria! Talvez tenha sido a minha perdição primeira, por isso que ainda te canto em versos e rimas!

Ai, meu coração agreste! É cavalo indomado, bicho solto que corre o sertão com fúria e vontade. Por isso tenho os olhos vivos, o corpo cansado e todo o desejo do mundo.

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