sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Profanação








Noite! Clama por noite o Pecador! Negro leopardo ataca a vida com suas presas escorrendo ódio e desejo. Sangra de dor e remorso a besta que soturna vigia na densa escuridão, dividindo o ruidoso barulho do silêncio noturno, carregando ao lado de seus símiles a chaga aberta da mundaneidade.

Salta balançando seu vestido, esvoaçante! Esvoaçante! Salta um bicho andrógeno meio homem, meio mulher, olhar de serpente.  O bicho se esgueira na noite cinzenta, arrastando corrente, comendo gente! Comendo gente! É o inferno na terra, fogo consumidor!

Corre uma multidão de anões gritando versos apócrifos, deitam-se nas praças e emprestam ao ar odor de sexos! Dão à luz cachorros negros como a escuridão, nascidos, devoram-nos! Profanação! Profanação! Profanação!

Toca o sino da torre, é morte que ele proclama!

A noite se finda.

 Feras! Guardai as vossas presas!
  
O Sol levanta cobrindo de dourado os pecados dos homens.


___________________________________

Bom dia, Leitor!



Nenhum comentário:

Postar um comentário