Noite! Clama por noite o Pecador!
Negro leopardo ataca a vida com suas presas escorrendo ódio e desejo. Sangra de
dor e remorso a besta que soturna vigia na densa escuridão, dividindo o ruidoso
barulho do silêncio noturno, carregando ao lado de seus símiles a chaga aberta
da mundaneidade.
Salta balançando seu vestido,
esvoaçante! Esvoaçante! Salta um bicho andrógeno meio homem, meio mulher, olhar
de serpente. O bicho se esgueira na
noite cinzenta, arrastando corrente, comendo gente! Comendo gente! É o inferno
na terra, fogo consumidor!
Corre uma multidão de anões
gritando versos apócrifos, deitam-se nas praças e emprestam ao ar odor de
sexos! Dão à luz cachorros negros como a escuridão, nascidos, devoram-nos! Profanação!
Profanação! Profanação!
Toca o sino da torre, é morte que
ele proclama!
A noite se finda.
A noite se finda.
Feras! Guardai as vossas presas!
O Sol levanta cobrindo de dourado os pecados
dos homens.
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Bom dia, Leitor!
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