Prece, minha solene prece pela Poesia! Meu confessionário e esconderijo. Tal qual água do Estige que banhou aquele herói grego, mas exposto deixou o calcanhar, para que ele sentisse as dores e a efemeridade deste mundo!
Rogai pela poesia! Que encanta e entorpece os sãos, que salva os loucos, que ressuscita os mortos.
Alardeai e lutai pela poesia! Que começa e finda contendas, que aparta famílias, que esfacela corações. Que regozijo dá ao aflito encantador de versos.
Bendizei a Poesia! Criadora da Odisseia e da Ilíada, senhora da prosa e do verso. Funesta guardiã e algoz dos enamorados.
Morrais pela Poesia! Atirai-vos de um precipício na noite de uma lua ingrata, gastai teus dias ferindo e ofendendo as folhas de papel! Gritai e gritai nas ruas e nas alcovas todos os teus sonhos desesperados!
Sede ferido em batalha e sangrai sem cessar, até a última gota! Até o último suspiro! Oh ser coberto de águas divinas! Oh Aquiles dos versos, rogai pela Poesia!
Carinhosamente,
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