Estar no meio de uma multidão nem sempre quer dizer estar junto, perto, acompanhado. Andamos, trocamos palavras, exercitamos nosso vocabulário. Mas tudo parece vão, vago. Sentimento de solidão, solidão acompanhada, solidão doída. Há vezes que até nossos pensamentos nos deixam, nos abandonam em meio a este mundo tão gigante e amiúde atormentador.
Com perdão do coloquialismo, Solidão não manda recado, ela simplesmente aparece. A Solidão é como o vizinho chato que vem a sua casa sem aviso prévio, chega com um sorriso amarelo, fala mal da vida, principalmente da alheia, reclama da política, esparrama-se no seu sofá, lê seu jornal, come sua comida e vai embora deixando o mal-estar de sua visita e o alivio de sua partida.
Eu sou muito orgulhoso, posso me sentir só, abandonado, estar à beira do suicídio, mas não confesso. Devo acrescentar que não sou dos piores, tem gente que é tão auto-suficiente, eu sinceramente prefiro o termo auto-deprimente, que chegamos a cogitar se essa dita criatura é assexuada e se reproduz por mitose. Se ela em dado momento de excitação se dividir em duas, quatro, mil, ninguém vai duvidar ou contatar as autoridades.
Solidão tem remédio, solução, ajuda. Acredite quem quiser, o que mais me entristece nesse famigerado sentimento é que depende exclusivamente de mim por fim a angústia e a esse vazio tão profundo que dói na alma e agita o estômago. Ora, se a culpa de minha solidão fosse sua ou dele ou dela ou mesmo nossa, tudo estaria resolvido, eu culparia todos vocês, apontaria o dedo a cada um e diria umas boas verdades. Infelizmente vocês são irremediavelmente inocentes, lá estou eu na cadeira dos réus, culpado, sem defesa, sem argumento algum.
Solidão maltrata, porém não te dar o direito de choramingar. Sem choro, por favor! Você não é uma criança e eu detesto ver gente chorar, contenha-se! Se você não é um ser hermafrodita, assexuado,anti-social e não tem tendência ao isolamento levante-se desse computador,largue sua TV, pare de viver numa realidade virtual: Orkut, facebook, twitter e derivados tecnológicos e vá ter uma vida real. Ver gente de verdade. Ir ao cinema com amigos, show, tudo que seja verdadeiro, que tenha matéria, forma. Você não tem amigos? Esta mais do que na hora de dizer “oi” para os colegas de sala, parar de ser rabugento, parar de olhar para baixo enquanto anda. Não consegue? Procura um psicólogo, psiquiatra, psicanalista e todos os “psis”. Se não resolver tenta livro de auto-ajuda, oração, tudo! A vida é curta, é feita de oportunidades, você faz suas próprias oportunidades. Medo eu tenho, ele tem, todos nós temos, no entanto VIVER É PRECISO!
Carinhosamente,
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