domingo, 19 de junho de 2011

Quando a Morte chegar



Quando a Morte chegar, não sei se estarei velho ou no ápice de minha mocidade. Quando a morte chegar, quero que encontre tudo resolvido, quero que ela não possa me acusar de desertor da vida.

Quando a pontual ceifadora me vier buscar, verá quantas batalhas lutei e venci! Verá quanta lágrima derramei, quantos sorrisos iluminaram meu rosto nas manhãs de domingo ao lado da família, dos amigos, ao lado de quem se ama. Quando ela chegar, espero ter vivido intensamente. Ter amado e sofrido mil vezes.

Quando a incompreendida chegar, não pedirei nem mais um segundo de vida, não irei suplicar, nem me desculpar. Porque tudo estará devidamente acertado. Não levarei mágoa de ninguém, não amargarei nenhum perdão não dado. Não levarei desafetos, nem todo ouro que eu possa ter conquistado nesta passagem. Eu irei desnudo de vaidade, de medo e de ansiedade. Ir-me-ei e só! Levarei apenas meu espírito, meu Ser.

Quando a sorrateira vier, não me encontrará de malas arrumadas, vou viver até o último segundo! Quando a morte chegar, não sei se terei conhecido o mundo, mas saberei que ao menos terei passado horas e horas pensando nas montanhas íngremes, nos lagos e nas praias paradisíacas. Quando a última mensageira me vier buscar, enfim, eu estarei nos braços do meu eterno Criador.


Carinhosamente,

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