domingo, 26 de junho de 2011

Eu Te Confesso!



Eu te confesso que eu detesto clichês, mas que no fundo eu mesmo sou um grande clichê. No fundo mesmo, todos nós somos clichês. 

Eu preciso confessar que passo a vida toda contando e cantando estrelas. Devo confessar que vivo em delírio, que sonho, sonho, sonho até não mais poder. Traço metas sem sentido e construo castelos de areia só para ficar lá, sentado, olhando, imaginando que se tudo aquilo fosse real princesas dançariam, cavaleiros morreriam em combate, poetas cantariam desvairados a beleza de tudo aquilo.

Antes de tudo, tenho que avisar que de repente, posso sem explicação te declamar poemas, posso gritar até ficar rouco. Se chover, você fique constrangido ou não, eu vou como estiver, de roupa e tudo, tomar banho de chuva, sentir cada gota, molhar meu terno novinho.

Devo te confessar que tenho medo, eu tenho medo de um dia tudo virar pó, dos meus sonhos desmoronarem, de tudo o que me dá prazer sumir, evaporar. Tenho medo, mas mesmo assim, insano que sou vivo tudo profundamente, atiro-me do precipício em queda livre, sem hesitar, na firme certeza que brancas asas me acudirão e eu, ser alado que sou vou desbravar céus, mares e ilhas!

Viver para mim é um susto prolongado, nós estamos vivendo numa imensa bola azul que gira em torno de um astro brilhante. Não me acostumo com isso, jamais poderei me acostumar. Se vivemos no impossível, que me seja dado o direito de querer o impossível, sempre!

Eu nunca cresci, continuo criança e se Deus permitir vou morrer criança, assim como nasci.


Carinhosamente,

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